A ética protestante e o espirito do capitalismo
Luiz Fernando de Barros Campos
Introdução
Só na civilização ocidental surgiram fenômenos culturais datados de desenvolvimento universal em seu caráter e significação.
Capitalismo houve anteriormente. Mas aparece na modernidade um capitalismo voltado para a obtenção pacífica de lucro pelas oportunidades de troca, envolvendo o cálculo e a previsibilidade, o trabalho formalmente livre, orientação para um mercado regular, e a separação da empresa do trabalho doméstico.
A tecnologia, a utilização técnica dos conhecimentos científicos, é estimulada pela estrutura social. Weber pergunta de que parte da estrutura esses estímulos vieram.
Certamente o direito e a administração contribuíram. Mas há outros interesses que influenciam esses fatores. Trata-se sempre de focar o racionalismo específico e peculiar da cultura ocidental, aceitando a força dos fatores econômicos, mas procurando a correlação (a afinidade) inversa.
O problema é estudar a influência de determinadas concepções religiosas, no caso a ética racional do protestantismo ascético, na formação do espírito econômico, ou no ethos de um sistema econômico.
Capítulo II
O Espírito do Capitalismo (EM PRODUÇÃO)
O espírito do capitalismo não é definição conceitual, mas descrição provisória, baseada não em generalizações abstratas, mas sim em “conjuntos genéticos de relações concretas”. Weber utiliza o texto de Benjamim Franklin para caracterizar o ethos capitalista (sem religiosidade). O espírito do capitalismo não é uma atitude comercial, mas condicionantes morais, concepções de como se deve agir.
Houve capitalismo anteriormente, mas sem esse ethos. No entanto, esse ethos tem sua origem antes do capitalismo. O espírito capitalista não se confunde com a forma capitalista. É ingênua a concepção de que tais ideias teriam surgido na superestrutura como resultado de forças econômicas.
As ideias de Franklin no documento utilizado são utilitaristas (a