Estudante

WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espirito do Capitalismo. São Paulo. Editora Martin Claret, 7º reimpressão, 2009.

Fichamento Comentado
Capítulo III: A concepção de vocação por Lutero – Propósito da investigação

[...] E, se traçarmos a história da palavra através dos idiomas civilizados, aparecerá que nem os povos predominantemente católicos nem os da Antiguidade Clássica possuíam qualquer expressão que tivesse conotação do que hoje chamamos de “vocação” (no sentido de que uma tarefa de vida, de um campo definido no qual trabalhar), enquanto ela existiu para todos os povos predominantemente protestantes. (p.69)
[...] O único modo de vida aceitável por Deus não estava na superação da moralidade mundana pelo ascetismo monástico, mas unicamente no cumprimento das obrigações impostas ao indivíduo pela sua posição no mundo. Era essa sua vocação. (p.70)
[...] acima de tudo as consequências da concepção de vocação no sentido religioso para a conduta secular era suscetível de interpretações bastante diferentes. O efeito da reforma em si mesmo, se comparado à atitude católica, foi de aumentar poderosamente a ênfase moral e a sanção religiosa em relação ao trabalho secular organizado no âmbito da vocação. O modo como se deu o desenvolvimento do conceito de vocação, que expressou essa mudança, passou a depender da evolução religiosa ocorrida nas diferentes igrejas protestantes. (p. 72)
[...] Na era apostólica, como nos é relatado pelo Novo Testamento e especialmente em São Paulo, os cristãos viam as atividades mundanas como indiferença ou, no mínimo, de modo essencialmente tradicionalista, pois que as primeiras gerações de cristãos estavam cheias de esperança escatológicas. (p. 72)
[...] Para Lutero, pois, o conceito de vocação permaneceu tradicionalista. Sua vocação é algo que o homem deve aceitar como uma ordem divina, à qual deveria se adapta. Esse aspecto é o mais importante que a outra ideia, também presente, de que o trabalho vocacional era uma, ou