A cidade antiga

De harmonia com as mais antigas crenças dos itálicos e dos gregos, não era em ou outro mundo que a alma ia passar esse sua segunda existência; ficava perto dos homens, continuando a viver na terra, junto deles." (p.8)
"Por mais antigas que sejam estas crenças, delas nos ficaram testemunhos autênticos. Esses testemunhos estão nos ritos fúnebres, sobreviventes em muito às crenças primitivas, e, porque certamente nascidos com estas, podem melhor fazer-nos compreendê-los." (p.8)
"Desta crença primitiva surgiu para o homem à necessidade de uma sepultura. Para a alma se fixar na morada subterrânea destinada a esta segunda vida, impõe-se igualmente, que o corpo, ao qual a alma está ligada, seja coberto de terra." (p.9)
"Temia-se menos a morte do que a privação de sepultura. Porque na sepultura está o repouso e a bem-aventurança eterna". (p.11)
"Na cidade antiga a lei pune os grandes culpados com um castigo sempre considerado terrível: a privação da sepultura". (p.11)
"O túmulo romano tinha mesmo a sua culina, espécie de cozinha de aspecto singular e unicamente destinada a uso do morto". (p.13)
"Os mortos eram tidos como entes sagrados. Para o seu pensamento cada morto era um deus". (p.14)
"Ao deixarem de oferecer a refeição fúnebre aos mortos, estes saíam dos seus túmulos; sombras errantes, sentiam-nos gemer pela calada da noite silenciosa".(p.17)
"O fogo só deixava de brilhar sobre o altar quando toda a família havia morrido; lar extinto, família extinta, era expressões sinônimas entre os antigos". (p.18)
"A religião ensinava ainda como este fogo devia permanecer sempre puro, o que em sentido literal significava que nenhum objeto sujo lhe devia ser atirado e que, em sentido figurado, nenhuma ação culposa deveria ser cometida em sua presença." (p.19)
"Em certas horas do dia, colocavam-se sobre o lar ervas secas e lenha; e então o deus manifestava-se em forma de chama brilhante".(p.21)
"A refeição aparece também aqui como ato religioso, estando os seus ritos