A avaliação na escola e a avaliação da escola
André, M. E. D. A.
Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n0. 74, agosto 1990. (resumo de artigo)
O que se propõe é a avaliação da escola e as implicações para a avaliação que se realiza na escola.
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR E A DINÂMICA DE SALA DE AULA
A estrutura escolar tem o diretor ou o seu auxiliar, como o poder centralizador, de onde emanam as decisões sobre a prática pedagógica, o estabelecimento de normas e regras sobre todo o funcionamento escolar. Não há discussões, análises, questionamentos. São regras imutáveis, cristalizadas, repetitivas. Isto reproduz como é a prática na sala de aula, tendo o professor como o centralizador de todas as decisões e ações sobre os alunos. Seu saber pronto é a medida da promoção ou não, dos alunos que o reproduzem. A escola não transmite apenas conteúdos, mas modos de ver e de sentir o mundo, a realidade e o conhecimento, Os alunos aprendem que o conhecimento existe de forma independente e externamente ao sujeito. A relação é unilateral. A estruturação do trabalho pedagógico, que se reflete na qualificação do professor e na qualidade de ensino, é indispensável. Não há também uma definição de diretriz geral para o trabalho escolar. Não há um projeto comum, o que não possibilita a avaliação escolar. Na sala de aula, por isso, verifica-se a verticalização das relações, a falta de trabalhos coletivos, a reflexão conjunta. Assim a avaliação se faz por conteúdos fragmentados, vindos de cima para baixo e com propósitos somente classificatórios. Ainda não é encontrável um coordenador das ações pedagógicas. Professoras da 1ª série reclamam da dificuldade de lidar com alunos diferentes em termos de níveis de aquisição da leitura, por exemplo. O fato é que, as professoras sozinhas, não podem enfrentar tais dificuldades, pois lhes faltam tempo e o preparo inicial de carreira. Falta o orientador pedagógico, seja ele o pedagogo, o diretor, o psicólogo, o