A acumulacao primitiva
O autor é extremamente claro sobre a dimensão da acumulação primitiva:
A Chamada acumulação primitiva é apenas o processo histórico que dissocia o trabalhador dos meios de produção. É considerada primitiva porque constitui a pré-história do capital e do modo de produção capitalista.
A estrutura econômica da sociedade capitalista nasceu da estrutura econômica da sociedade feudal. A decomposição desta liberou elementos para a formação daquela. (MARX, 1985, p.830).
Por meio da análise histórica da acumulação primitiva de capital, Marx explica a gênese que desencadeou o surgimento de um novo modo de produção capitalista. Diante desse novo cenário, aparecem dois atores principais: de um lado, o capitalista, que é dono dos meios de produção e proprietário de dinheiro, ele aumenta suas riquezas com a compra do trabalho alheio; de outro lado situa-se o trabalhador, expropriado de seus meios de subsistência, restando-lhe apenas uma alternativa que é vender sua força de trabalho.
Com a desagregação das relações sociais de produção feudais, o trabalho torna-se livre e o trabalhador, agora, está liberto para vender sua força de trabalho. De acordo com Marx: “O processo que produz o assalariado e o capitalista tem suas raízes na sujeição do trabalhador. O progresso consistiu numa metamorfose dessa sujeição, na transformação da exploração feudal em exploração capitalista.” (MARX, 1985,p.831).
A Expropriação dos Camponeses
No processo de expropriação, os camponeses ficam privados de seu meio de produção (a terra), ocorre assim, à dissociação entre o trabalhador e a propriedade.
Os camponeses são obrigados a assalariarem-se, para garantir sua sobrevivência. Marx data com extrema precisão o início do processo de avanço do capitalismo na Inglaterra:
O prelúdio da revolução que criou a base do modo capitalista de produção ocorreu no último terço do séc. XV e nas primeiras décadas do séc. XVI. Com a dissolução das