Acumulação primitiva na contemporaneidade Conforme Karl Marx, a acumulação primitiva surgiu por meio da passagem do feudalismo para o capitalismo, onde houve uma separação entre produtores e meios de produção. Tal polarização é o que permite a funcionalidade do sistema capitalista, já que esse depende do enriquecimento dos donos dos meios de produção e do empobrecimento dos trabalhadores, possuidores da força de trabalho. Com o declínio do feudalismo, a servidão foi abolida para ser transformada em trabalho assalariado. Indícios dessa mudança na história são o roubo dos bens da Igreja, a alienação dos domínios do Estado, o furto da propriedade comunal e a privatização da propriedade. Além disso, o campo foi conquistado para a produção capitalista, a base fundiária foi incorporada ao capital e a indústria urbana foi criada, demandando proletários para funcionar. Neste novo contexto, esses trabalhadores, funcionários das fábricas, não mais tinham domínio de seus meios de subsistência já que passaram a depender do seu salário- valor pago em dinheiro pela sua força de trabalho pelos donos dos meios de produção, os capitalistas. Assim, a transformação dos camponeses em trabalhadores deixou-os livres da servidão. Entretanto, fez eles venderem a si mesmos porque perdem o domínio de sua própria força de trabalho, ou seja, não eram donos daquilo que produziam e passam a depender de seus salários para conseguirem suprir suas necessidades básicas. Esse maior afastamento entre aqueles que produzem (proletariados) e os meios de produção (industrias capitalistas) é a denominada Acumulação Primitiva, que mesmo aparentando ser algo apenas presente nos séculos iniciais do capitalismo, continua intensa no mundo atual. Enquanto as classes mais altas, que são detentoras dos meios de produção, dinheiro e subsistência enriquecem cada vez mais, por meio da mais valia (lucro) obtida pelo trabalho não pago, os operários pertencentes às classes mais baixas tendem a empobrecer ou a