Acumulação primitiva
“Trabalhadores livres no duplo sentido, porque não pertenciam diretamente aos meios de produção, como os escravos, os servos etc; nem os meios de produção lhes pertenciam, como por exemplo, o camponês economicamente autônomo etc; estando, pelo contrário, livres, soltos e desprovidos deles” (MARX, Karl, 1984, p. 262). Grande parte desses camponeses que foram para as cidades, não conseguiram vender a sua força de trabalho, pois as cidades não tinham como empregar a todos e assim alguns são levados a roubar e mendigar devido a essa circunstância.
Então esse processo de acumulação primitiva caracteriza-se simplesmente a exploração do bem do trabalho, da terra e com o passar do tempo nas manufaturas. Um exemplo dessa divisão foi a transformação das terras de lavoura em pastagens para criação de ovelhas, que foi um dos pontos mais significativos desse processo, pois com a expropriação das terras, aumentaram assim em alta escala a criação desses animais a fim de vender a lã para as manufaturas, para a fabricação de tecidos; favorecendo assim, a expansão do comércio e das indústrias manufatureiras.
“Muitos arrendamentos e grandes rebanhos de gado, especialmente de ovelhas, acumularam-se em poucas mãos, por meio do que as rendas da terra tinham crescido muito, decaindo, ao mesmo tempo, a lavoura (tillage), sendo demolidas igrejas e casas e massas populares maravilhosas incapacitadas de sustentar a si mesmas e as suas famílias” (decreto 25, Henrique VIII, MARX, Karl, 1984, p.265)