Acumulação Primitiva
A chamada Acumulação Primitiva é abordada no capítulo 24 (o penúltimo) do Livro 1 d'O Capital.
Segundo Marx, a origem do modo de produção capitalista não está ligada a uma pura e simples racionalização da divisão do trabalho social, mas sim a um processo violento de expropriação da produção familiar, artesanal, camponesa, corporativa etc., que separou o produtor direto dos seus meios de produção e formou enormes massas de indigentes e desocupados, na verdade uma volumosa reserva de força de trabalho livre e disponível para ser comprada, o proletariado; por outro lado, a exploração das colônias ultramarinas através de saques, especulação comercial, tráfico de escravos e monopólios mercantis propiciaram enormes oportunidades de enriquecimento para uma parcela da burguesia.1 . Sendo assim, estes fenômenos históricos geraram as duas classes antagonistas da sociedade industrial capitalista, a burguesia e o proletariado.
Os capitalistas foram favorecidos de formas não tipicas do capitalismo. Havia uma legislação que congelava o valor das terras da nobreza (aquela casta dos outrora poderosos que desapareceram) e assim, passado muitas décadas, a nobreza enfraquecia já que subia o preço do que consumiam enquanto que sua renda continuava a mesma. Assim era expropriados os nobres e seus servos (não confundir com classe trabalhadora livre) que se transformavam em burgueses (classe sem títulos de privilégios mas de poder baseado na propriedade sobre os meios de produção) ou proletariados (classe trabalhadora livre para negociar, mas também livre, despossuída dos meios de produção).
Essa acumulação primitiva dos capitalistas emergentes se deu inclusive sobre outros que também poderiam se tornar capitalistas: nas intrigas entre os artesãos e suas corporações, uns artesãos se enriqueceram a custa de outros artesãos