Vida Afetiva
"O coração tem razões que a própria razão desconhece."
Quais são essas razões?
São nossos afetos que dão o colorido especial à conduta de cada um e às nossas vidas. Eles se expressam nos desejos, sonhos, fantasias, expectativas, nas palavras, nos gestos, no que fazemos e pensamos. E o que nos faz viver.
Para falarmos de afetos, seria preferível dar a palavra aos poetas. Estes sim, expressam-nos de uma maneira tão clara, tão precisa, que traduzem com perfeição estados internos que não cabem na racionalidade científica:
Por que os psicólogos precisam falar da vida afetiva?
Porque ela é parte integrante de nossa subjetividade. Nossas expressões não podem ser compreendidas, se não considerarmos os afetos que as acompanham; mesmo os pensamentos, as fantasias - aquilo que fica contido em nós - só têm sentido se sabemos o afeto que os acompanham. Por exemplo, aquela idéia de que o melhor amigo irá se sair mal em uma competição, só adquire sentido quando descobrimos que sua origem está na inveja que se tem dele. O Psicólogo, em seu trabalho, não pode deixar de lado esse aspecto constitutivo da subjetividade - a vida afetiva - e estudar apenas a vida cognitiva e racional dos indivíduos. Agindo, assim, certamente não irá compreendê-los em sua totalidade.
Pense em quantas vezes você já programou uma forma de agir e, na hora "H", comportou-se completamente diferente. Por exemplo, uma jovem soube algo de seu namorado que a aborreceu, mas ela racionalmente resolveu não criar caso e pensou: "Quando ele chegar, vou ser carinhosa e não vou deixar transparecer que me aborreci" e, de repente, quando o tem à sua frente, ela se vê esbravejando, agredindo, enciumada. Seus afetos a traíram. Foi difícil ou, no caso, impossível contê-los. Tanto nesse exemplo, como em muitas situações de vida, não há a mediação do pensamento - são os afetos que determinam nosso comportamento. É nesta circunstância que se ouve aquela frase tão corriqueira: "Como ele é impulsivo!".