Verdade dividida de Drummond: interpretação
Disciplina: Coerência e Coesão
Tutor: Fabrício Augusto Gomes
Pontuação: 10 de 40.
Aluno: LUZIMAR GOMES DE PAIVA
Atividade Avaliativa 1.1
No primeiro capítulo do módulo, há a seguinte afirmação: “Para além da linguística textual, podemos discutir os conceitos de coesão e, sobretudo, o de coerência no âmbito da textualidade puramente literária, por exemplo, na construção de uma narrativa”. A partir da leitura da unidade I, leia o poema abaixo para responder à questão que se segue:
ANALISE O POEMA ABAIXO, DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE:
A porta da verdade estava aberta mas só deixava passar meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Questão 01 – Interprete o poema e desenvolva uma análise explicando de que forma a progressão das ideias estabelece a coerência textual? Justifique a resposta, apontando e exemplificando os recursos semânticos, estilísticos e sintáticos presentes no poema. A- Interpretação do poema:
No texto de Drummond, destaca-se o antigo tema sobre a existência da verdade absoluta
– interna ou externa ao homem. Destaque é feito para o fato de que essa verdade, caso exista, não é alcançável. A percepção, a ideologia, as práticas sociais e a linguagem (a porta) estão postas entre a verdade e o homem. Dessa maneira a verdade apresenta uma dualidade, a serviço do julgamento ou da interpretação das pessoas que insistem em perguntar: “Qual é a verdade ‘mais