Figuras de Linguagem
(João Guimarães Rosa) “Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação.”
(Mário Quintana) As figuras de linguagem são criadas na maioria das vezes a partir da experiência cotidiana, pragmática e estética do homem com a língua e com o outro. Além disso, “linguagens auxiliares”, como a gestual, a de sinais, a das cores, etc., são fundamentais para a construção dessas sentenças. Daí serpossível inferir que a inventividade é imprescindível para a construção da maioria das figuras de linguagem, tanto no âmbito do uso literário delas quanto no uso cotidiano desses recursos.
Para tanto, a linguagem conotativa e o arranjo meticuloso e criativo das palavras constituem, muitas vezes, uma espécie de jogo de interpretação, em que, por várias razões, cooperam ou concorremum locutor e um interlocutor inseridos num dado contexto de enunciação, influenciados por uma determinada e sempre distinta experiência cultural, e munidos de intenções próprias relativas àquelasituação comunicativa. Importante também acrescentar que a interpretação de uma figura de linguagem emana das interações entre os contextos linguísticos, semânticos e situacionais em que ela ocorre.
Quanto ao uso desse tipo de recurso nas tipologias e gêneros textuais, é notória e facilmente observada a utilização de praticamente todas as figuras de linguagem em textos narrativos, injuntivos e dialogais, por razões ligadas às liberdades estéticas constituintes dessas modalidades de texto; no caso dos descritivos, o uso torna-se mais focado em figuras como a metáfora, a prosopopeia, a catacrese e a onomatopeia; já no caso dos gêneros textuais expositivo e argumentativo, as figuras de linguagem apresentam-se de forma muitas vezes pontual, porque as exigências acerca da