uso da caixa ludica
The use of the box of toys in the psychoanalytic clinic of children
Michele Melo Reghelin2
Resumo: O autor revisa e discute com vinhetas clínicas o lugar da caixa de brinquedos na psicanálise de crianças, enfatizando a importância destes dados para a construção simbólica de eventos pulsionais e vitais do ambiente da criança.
Summary: The author revises and argues with clinical vignettes the place of the box of toys in the psychoanalysis of children, emphasizing the importance of these data for the symbolic construction of driving and vital events of the environment of the child.
Descritores: Pandora, projeção, brincar, Winnicott, Freud e associação livre.
Keywords: Pandora, projection, to play, Winnicott, Freud and free association.
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Porto Alegre, novembro de 2003.
Psicóloga, Especialista em Psicoterapias pelo CIPT. Endereço para correspondência: michelereghelin@terra.com.br. 2
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Contemporânea - Psicanálise e Transdisciplinaridade, Porto Alegre, n.05, Jan/Fev/Mar 2008
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Quando pensei escrever sobre o uso da caixa no trabalho analítico com crianças, lembrei-me daquela outra caixa descrita na Mitologia, a do mito de Prometeu e Pandora,
(Bulfinch, 2002).
Prometeu que habitara a Terra antes do homem, juntamente com o seu irmão Epimeteu, primeiramente, atribuiu aos animais coragem, força, rapidez, sagacidade, asas a uns, garras a outros... Quando chegou a vez do homem, como não sobrara nada de especial, trouxe o fogo ao homem, assegurando sua superioridade aos outros animais. Quando chegou a vez da mulher ser criada, uma versão conta que Júpiter criou Pandora para punir Prometeu pela ousadia de ter roubado o fogo do céu. Ela foi oferecida a Epimeteu que a aceitou. Ele tinha uma caixa na qual guardava