Uma viagem pelo cérebro
O cérebro humano é o objeto mais complexo do Universo. Tem milhões de neurônios, que podem formar triliões de conexões. Se fosse possível criar um computador com o mesmo número de circuitos do cérebro, ele iria consumir uma quantidade absurda de eletricidade: 60 milhões de watts por hora, segundo uma estimativa de cientistas da Universidade Stanford. Mas o cérebro humano gasta pouca energia - 20 watts, menos do que uma lâmpada. Mesmo assim consegue elaborar coisas, extremamente sofisticadas, que nenhum computador é capaz.
Isto pode ser visualizado, hoje em dia, graças à revolução no campo da neuro imagem. Este trabalho irá refletir uma viagem pelo cérebro de um homem saudável de 55 anos, incidindo sobre as diversas áreas cerebrais reveladas pelas imagens de uma ressonância magnética.
A grande revolução cerebral
Os primeiros 25 anos do século XIX testemunharam um crescente interesse pela localização das funções cerebrais. Mas o estudo sobre a estrutura do cérebro apenas podia ser realizada através da sua remoção do corpo depois morto. A compreensão do funcionamento do cérebro humano vivo, só podia ser adquirida através do estudo de pessoas com lesões em determinadas áreas, mas a localização exata era impossível com o paciente vivo.
Isto mudou com a invenção dos aparelhos de ressonância magnética.
A década de 70 veio revolucionar a abordagem ao sistema nervoso, com a introdução da tomografia computadorizada (prémio Nobel da Medicina em 1979, apenas 8 anos após a sua invenção), da ressonância magnética nuclear (RMN), da PET e da SPECT. Sucederam-lhes técnicas como a angio-RMN, a RMN de difusão ou a espectroscopia por RMN. Muitas destas tecnologias fazem hoje em dia, parte do nosso vocabulário sem que nos apercebamos do quanto elas eram improváveis há pouco mais de duas décadas. Podemos graças a estes aparelhos, observar de maneira não intrusiva e bem íntima, um cérebro humano vivo e consciente em pleno funcionamento, através destas técnicas