Norbert Elias

O Processo de individualização, segundo Elias, está relacionado com a interdependência indivíduo e sociedade, ou seja, com a crescente especialização dos indivíduos e das sociedades. Desde a infância ele é condicionado pelo outro para desenvolver um grau bastante elevado de autocontrole em função das regulações sociais em que vão se solidificando nas sociedades humanas e configurando grupos, tribos e instituições com comportamentos e habitus diferenciados e portadores de certo poder diluído numa formação social específica. O indivíduo interioriza os sentimentos, paixões, emoções, controles e representações produzidas nas relações sociais e em suas atividades mentais, e depois ele exterioriza suas representações. Ele vive cada vez mais isolado, sua ligação com a família e outros grupos antes próximos, diminui bastante, visto que essa mudança ocorre por causa de seu sentido de trabalhar pela sua sobrevivência e se depara com um número crescente de opções, aumentando a possibilidade de individualização pessoal. Há, portanto, uma autoexigência, dos próprios indivíduos sobre eles mesmos para atender os objetivos coercivos impostos pela sociedade. Essa individualização torna as pessoas mais independentes, porém, mais solitárias, menos felizes, tornando-se cada vez mais vítimas do isolamento e sucessivamente da depressão contínua.
A Educação neste contexto de individualização pode ser pensada como algo muito preocupante. Pois na medida em que a família deixa de assumir certas tarefas no cuidado das crianças, sendo esta a mais importante de todas as influências na formação do indivíduo, as crianças começam a incorporar costumes, aceitar os modelos impostos por outras pessoas, costumes esses que podem vim a somar positivo ou negativamente na sua personalidade. Competiria a instituição escolar de cumprir com essa tarefa, integrando as crianças, sensibilizando-as, não alienando-as, nem exercendo coerção alguma sobre as mesmas, sabendo colocar limitações e