Uma trajetória para a filosofia da educação brasileira
Antonio Joaquim Severino pretende fazer uma historiografia da Filosofia da Educação no Brasil, trabalho este que o autor reconhece não é nada fácil, ele procura explicitar alguns motivos. Existem poucos estudos históricos sobre o assunto, assim como estudos teóricos mais sistematizados. Torna-se necessário então um debate sobre a questão da identidade da Filosofia da Educação, o que vêem acontecendo recentemente, debate este que o autor procura não apenas expor, mas também participar.
No decorrer do artigo o leitor poderá acompanhar mais de perto as várias correntes da Filosofia da Educação Brasileira. Num primeiro momento o autor nos leva ao conhecimento de alguns clássicos da historiografia referente ao assunto tratado. Tomamos conhecimento das obras de Creusa Capalbo (que investiga as características humanísticas, associadas ao utilitarismo e ao cristianismo do Brasil Colônia á Republica), Moacir Gadotti (que elaborou uma abrangente síntese das idéias pedagógicas no Brasil), Dermeval Saviani (produziu um texto sobre as grandes tendências teóricas da educação brasileira), entre outros de menor importância citados pelo autor.
Após este breve esboço temos nas palavras do próprio autor o objetivo a ser alcançado com seu texto: “o presente estudo visa apenas apresentar um roteiro provisório para uma possível retomada dos momentos mais significativos da experiência, em construção, da área da Filosofia da Educação. Trata-se de uma primeira aproximação, apenas indicativa de um traçado para outras investigações, mais acuradas, mais atentas e profundas”(p.268) Severino não deixa de reconhecer que qualquer tratamento geral da questão esta sujeito a limitações, lacunas e ambigüidades, busca então alicerçar sua reflexão na expressão “Filosofia da Educação” como ponto de partida para a construção de um esquema de sua abordagem.