Trilhas e Temas da Disciplina Filosofia da Educação
Maria Betânia Barbosa Albuquerque.
Este texto é parte integrante de minha tese de doutorado que visou reconstruir, historicamente, a trajetória da disciplina Filosofia da Educação entre as décadas de 40 a 80 no curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), considerando os temas que selecionou ou silenciou nos seus programas de ensino, os seus atores e sua produção teórica.
Além disso, a tese fez uma incursão na década de 90 objetivando verificar a situação dessa disciplina a partir da pós-graduação, enfocando basicamente o programa de pós-graduação em Filosofia da Educação da PUC/SP, os debates ocorridos no Grupo de Trabalho (GT) em Filosofia da Educação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), das suas pesquisas, eventos e veículos de divulgação. Teoricamente a investigação apoiou-se nos estudos históricos e sociológicos que possibilitam compreender o itinerário das disciplinas, tais como os de André Chervel (1990), Ivor Goodson (1995), Tomaz Popckewitz (1994) e outros.
Para a realização desse estudo fiz a opção de contar uma história tomando como fontes principais os programas da disciplina Filosofia da Educação trabalhados pelos seus professores entre as décadas de 1940 a 1990. Esses programas foram considerados segundo Goodson (1995, p. 21), isto é, como “uma fonte documental, um mapa do terreno sujeito a modificações” e também como “um dos melhores roteiros oficiais para a estrutura institucionalizada da escolarização.”
De posse desses programas, trabalhei no sentido de verificar quais eram as temáticas, os autores e períodos filosóficos recorrentes em determinados momentos históricos da disciplina. Ao mesmo tempo, procurei saber o que era menos enfatizado ou o que se constituía como campos de silêncio. Além disso, fiz um rastreamento nas referências bibliográficas a fim de identificar quais os livros e autores enfatizados ao longo do