O cinema e a filosofia
Nesta década, a escola brasileira tem resgatado em seu currículo uma matéria importantíssima para a formação de cidadãos: a filosofia. Proibida durante o Regime Militar (pois supostamente poderia provocar “subversões”), foi agora reinstituída como obrigatória, assim como sociologia. Porém os professores ainda enfrentam alguns problemas, que devem ser resolvidos rapidamente, para que haja um bom aproveitamento e a construção de uma sociedade mais consciente.
Um deles é a crença, errônea, de que esta disciplina não tem a mesma importância das outras. A simples atitude do Ministério da Educação de incluir questões de filosofia no ENEM, o maior vestibular do país, atenta para a importância que os estudantes devem dar-lhe, ajudando a mudar este preconceito. O outro problema é de ordem disciplinar: diversos conceitos filosóficos são difíceis de serem compreendidos, principalmente nas séries iniciais. É aí que entra o cinema: para facilitar o trabalho do professor; o entendimento dos alunos e enriquecer as discussões, tanto em classe como fora dela; a imagem, o som, e a emoção são aliados poderosos da aprendizagem.
É muito difícil conhecer alguém que não goste de um bom filme, um seriado, um anime, ou até mesmo uma novela. Justamente por seu poder de captar a atenção das multidões, a sétima arte foi utilizada em guerras, revoluções, convencimento ideológico, e no mais nobre: a educação. Uma boa produção faz as pessoas discutirem cenas com seus amigos durante muito tempo, cria bordões, relaxa e faz pensar.
Alguns filósofos já problematizaram este tema, com diferentes posições sobre o seu poder. O alemão Benjamim trata inicialmente da reprodução das obras de arte, que a seu ver, retira sua autenticidade, sua singularidade. O exemplo escolhido por ele para exemplificar isto é o cinema, no qual as imagens são transmitidas para as massas por uma tecnologia única, inovadora, que pode dar espaço à revoluções, pois diferencia – se de todas as outras