O Processo Audiovisual nas aulas de Filosofia
Everson Daniel Silva da Costa
Resumo: Neste artigo apresentamos a relação entre Filosofia e Cinema do ponto de vista didático-pedagógico. O contexto que envolve o ensino de filosofia para jovens, na escola, é complexo já que há tantos possíveis objetivos educacionais que podemos atribuir à filosofia, tantos fins filosóficos e as possíveis formas de alcançá-los. Nossa proposta será usar o cinema como uma forma auxiliar, de esclarecimento e ponto de partida para as leituras filosóficas tendo como modelo principal a obra “O Cinema
Pensa” (CABRERA, JULIO. O Cinema Pensa: Uma Introdução Á Filosofia Através dos
Filmes. Tradução de Ryta Vinagre. Rio de Janeiro: Rocco, 2000). Nas aulas de filosofia podemos ir além do cinema como uma forma de arte e experiência estética, pode-se levar aos alunos e com eles problematizá-lo e dar-lhe significação, transformando a filosofia como ela é: uma forma de pensamento autônoma, vívida e em transformação, pois através de um ou vários conceitos-imagem se pode explorar o cotidiano do jovem na tela do cinema, em uma cena do filme onde deparamo-nos calados e estáticos diante das aflições humanas, do estranhamento e incômodo com a ordem vigente como ela nos aparece. A cultura hodierna é centrada, sobretudo, na imagem: acelerada, vertiginosa, telecomunicada, distorcida, ampliada e quase onipresente. É uma “verve visual” disseminada em outdoors, televisão, internet e cinema. Este último, no entanto, não se reduz a um sintoma da época modernista marcada pela velocidade e pela confusa proliferação de tendências. Ele ilustra a evolução de uma técnica, sim, mas acima de tudo uma evolução da representação do pensamento em imagens, da mobilização das imagens por um pensamento e da produção de metáforas para a vida, em busca de uma inteligibilidade e expressividade melhores; isto é, promove, recolhe e integra em seu âmago as diversas artes precedentes, acrescentando-lhes uma