Uma hist ria do corpo na Idade M dia
Rita de Cássia de Oliveira Macêdo
Acadêmica do II período de História
UESPI - Campo Maior, PI.
Ao tratarem da história do corpo na Idade Média Jacques Le Goff e Nicolas Truong ofereceram uma bela contribuição para o entendimento desse tema na civilização do ocidente medieval. Os autores indicam a necessidade e justificam o propósito de estudarem o corpo na Idade Média.
Os autores demonstram que o corpo, enquanto objeto de pesquisa, constitui uma das grandes lacunas da história, um grande esquecimento do historiador. A história tradicional era, de fato, desencarnada. Interessava-se pelos homens e, secundariamente, pelas mulheres, mas quase sempre sem corpo.
Para os autores, o corpo foi o resultado de uma das várias tensões vividas no período, aquela entre o corpo e a alma. De um lado, o corpo é desprezado, condenado, humilhado. Por outro lado, é fruto da benção e da glorificação, principalmente religiosa.
O livro é dividido em quatro capítulos. Nos dois primeiros, eles discutem as consequências do carnaval e da quaresma, e de viver e morrer na Idade Média. Os dois últimos discutem como o corpo passou a ser sistematicamente "civilizado" e utilizado como uma "metáfora" para pensar outras questões e lugares. Para eles: A humanidade cristã repousa tanto sobre o pecado original, quanto sobre a encarnação.
A tensão entre um corpo feminino "diabolizado" e um corpo masculino "endeusado" ficaria latente no período, porque, de início, o corpo na Idade Média foi renunciado. Controlar a sexualidade feminina, seus gestos, suas práticas, sua conduta na sociedade passaria a ser uma questão mediada pela Igreja e aceita pela sociedade. Mesmo assim, o próprio corpo feminino, não deixou de também ter "tensões" entre o bem - procriação, virgindade de Maria, castidade e cuidado com a família - e o mal -