Um toque de clássicos
MCrcia Garddnia Monteiro de Oliveira
Ta ni a Q u in t an ei ro
O trabalhador c tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais cresce sua produCCo em potdncia e em volume. O tr a b al h a do r c o n ve r te - s e n u m a m er ca d o ri a t a nt o m ai s b a ra t a quanto mais mercadorias produz. A desvalorizaCCo do mundo humano cresce na razCo direta da valorizaCCo do mundo das coisas. O trabalho nCo apenas produz mercadorias, produz tambcm a si mesmo e ao operCrio como mercadoria, e ju s ta m e n te na proporCCo em que produz mercadorias em geral.
K a rl M a rx
INTRODUa?O
As formulaCEes teEricas de Karl Marx acerca da vida social, especialmente a anClise que faz da sociedade capitalista e de sua superaCCo, provocaram desde o princdpio t am a nh o i m p act o no s m ei os in te le ct ua is qu e, p ar a alg u ns , gr a nd e p a rt e d a so cio l og i a o ci de n ta l tem sido uma tentativa incessante de corroborar ou de negar as questEes por ele levantadas.
Mas a relevCncia prCtica de sua obra nCo foi menor, servindo de inspiraCCo cq u el es en v o lv id o s diretamente com a aCCo poldtica. Herdeiro do ideCrio iluminista, Marx acreditava que a razCo era nCo sE um instrumento de apreensCo da realidade mas, tambcm, de construCCo de uma sociedade mais justa, capaz de possibilitar a realizaCCo de
t od o o p o te n ci al d e p e r fe ct ib i li da d e
existente nos seres humanos. As experidncias do desenvolvimento tecnolEgico e as revoluCEes poldticas, que tornaram o Setecentos uma cpoca enica, inspiraram sua crenCa no progresso em direCCo a um reino de liberdade.
Alcm das dificuldades inerentes c complexidade e extensCo da obra de Marx, o que aumenta o desafio de sintetizC
-la, o carCter sucinto de algumas de suas teses tem dado
lugar a interpretaCEes controversas. O que se procura a seguir c apresentar, para os que
se
iniciam no pensamento marxiano, seus fundamentos conceituais e metodolEgicos.