Técnicas de tradução
© Vera e Danilo Nogueira, 2005 O material para esta apresentação, preparada para o I CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRATES (Rio de Janeiro, 2005), foi extraído das notas para um livro que pretendemos ver publicado em breve. Para o Congresso (e para este texto) escolhemos alguns tópicos que não guardam relação entre si, mas nos pareceram interessantes. Neste texto, o ponto de exclamação (!) indica uma solução que não recomendamos ou que simplesmente está errado. Se você recebeu este texto impresso, saiba que em nossa página na Internet, www.nogueiratranslations.com.br, há mais informações interessantes para tradutores profissionais.
Tradução literal
Fala-se tanto mal de tradução literal, que muitos acreditam que traduzir literalmente seja errado. Não é verdade. Muitos erros de tradução se devem a excesso de literalidade, outros tantos à tomada de liberdades desnecessárias com o texto dos outros. É preciso aprender a traduzir tão literalmente quanto possível, tão livremente quanto necessário, quer dizer, é preciso aprender quando é necessário tomar liberdades. Por exemplo, uma frase como: • The boy ate a piece of cake. O menino comeu um pedaço de bolo.
pode e deve ser traduzida literalmente na maioria dos casos. Que quer dizer na maioria? Talvez não caiba no espaço disponível, por exemplo. Mas salvo uma restrição dessas, não vemos nada de errado com a tradução. Não ceda à tentação de traduzir: • The boy ate a piece of cake. ! O menino comeu uma fatia de bolo.
Você pode até achar que fica melhor, mas não é a mesma coisa. Bolos podem ser cortados de mil maneiras, não só em fatias e essa tradução é desnecessariamente mais específica que o original. Não faz diferença? Pode ser. Mas talvez, dez páginas adiante, você venha a descobrir que a mãe do menino sempre cortava o bolo em cubos, não em fatias, e vai ter de voltar para corrigir o que parecia um melhoramento,