Transtornos de aprendizagem
Iasmin Moura
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns da infância e adolescência.
Os estudos nacionais e internacionais situam a prevalência do TDAH entre 3% e 6% sendo realizados com crianças em idade escolar na sua maioria.
No Rio Grande do Sul, avaliando-se 1.013 alunos de 64 escolas estaduais, encontrou-se uma prevalência média de 5,8%. Se tomarmos o limite inferior da margem de segurança desse estudo, isso significa esperar ao menos um aluno acometido em cada turma de aproximadamente 40 alunos.
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas ainda desconhecidas mas com forte participação genética na sua etiologia, que aparece na infância e frequentemente acompanha o individuo por toda a sua vida. Ele não é um transtorno da aprendizagem (TA), mas os sintomas nucleares desse transtorno – a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade – tem um grande impacto no desenvolvimento acadêmico. Sendo assim, é um transtorno que afeta secundariamente a aprendizagem. Embora muitas crianças apresentem somente o TDAH, outras apresenta co-morbidades nas áreas da aprendizagem e do comportamento.
AS REPERCUSSÕES DO TDAH NA APRENDIZAGEM
É sabido que déficits de atenção significativos, associados ou não à hiperatividade, frequentemente comprometem o rendimento escolar, já que a atenção seletiva a estímulos relevantes é condição para a ocorrência das aprendizagens em geral, particularmente as escolares; entretanto, há controvérsia na literatura quanto ao tipo dessa relação: se é de causa/efeito ou de co-morbidade.
Os resultados de Mayes e colaboradores sugerem que os problemas de atenção e aprendizagem estão inter-relacionados e geralmente coexistem, embora difiram em grau. Mesmo as crianças com TDAH sem TA tiveram maiores dificuldades nos testes de desempenho acadêmico do que seus pares sem TDAH e TA. Na mesma pesquisa as