Transtornos alimentares: uma perspectiva social e cultural
Transtornos alimentares: uma perspectiva social
Sheila Weremchuk Ida
Psicóloga formada pela UFRGS. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS. End.: Av. Cristóvão Colombo, 1125, apt. 403. Porto Alegre, RS. CEP: 90560-004. E-mail: sheilaida@gmail.com
Rosane Neves da Silva
Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da UFRGS. End.: Rua Barbedo, 581, apt. 304. Porto Alegre, RS. CEP: 90110-260. E-mail: rosane.neves@ufrgs.br
Resumo
A partir da problematização do conceito de Transtornos Alimentares, este artigo busca investigar a nossa relação com o corpo, colocando em discussão as práticas normativas que constituem nossos modos de vida. Diante de um certo padrão estético que associa o corpo com a beleza e a imagem de sucesso, pretendemos problematizar o contexto social no qual os Transtornos Alimentares vêm sendo produzidos. Para isso, utilizaremos como recorte a análise da
Revista Mal-estaR e subjetividade – FoRtaleza – vol. vii – Nº 2 – p. 417-432 – set/2007
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sheila WeReMchuk ida e RosaNe Neves da silva
anorexia e bulimia. De difícil tratamento e de grande morbidade, os sintomas dessa psicopatologia refletem uma preocupação excessiva com o peso, a imagem corporal e o medo de engordar. Nosso interesse é contribuir para essa discussão, saindo de uma perspectiva individualizante voltada para a jovem anorética e/ou bulímica e as interações disfuncionais do seu sistema familiar, passando a considerar os transtornos alimentares como um dispositivo que denuncia o extremismo na forma de pensar, sentir e experimentar o corpo em nossa sociedade. Assim, nosso objetivo é apresentar alguns subsídios que permitam deslocar essa questão do âmbito exclusivo da experiência individual para uma análise das práticas sociais de relação com o corpo que habitam a experiência contemporânea, entendendo os transtornos alimentares, na atualidade, como a exacerbação de um sintoma