O texto desta resenha foi publicado na Revista de Teologia & Cultura – Ciberteologia, ano VI, nº 27) sob o título A Transposição Didática: a passagem do saber científico para o saber escolar. Os autores nos mostram o que é “Transposição Didática”, sua relação com a ciência e com a educação, além de sua importância para o saber. Além disso, enfatizam a contribuição desse processo para o Ensino Religioso. O termo transposição didática foi introduzido em 1975 pelo sociólogo Michel Verret e rediscutido por Yves Chevallard em 1985. Os autores discutem as modificações que um saber sofre quando passa do campo científico para o campo escolar. Chevallard conceitua “Transposição Didática” como o trabalho de fabricar um objeto de ensino, ou seja, fazer um objeto de saber produzido pelo “sábio” (cientista) ser objeto do saber escolar. A idéia supõe essa passagem como um processo de transformação do saber, que se torna outro em relação ao saber destinado a ensinar e não simples adaptação ou simplificação do conhecimento. Esse processo de transformação do conhecimento ocorre porque o funcionamento didático e científico não são os mesmos. Significa selecionar e inter-relacionar o conhecimento acadêmico, adequando-o às possibilidades cognitivas dos alunos, de acordo com sua realidade circundante. O livro didático tem papel importante dentro desse processo, dando suporte e referência para as atividades escolares. A transposição didática no que se refere ao Ensino Religioso deve acontecer em nível de análise e conhecimento na pluralidade cultural da sala de aula, levando em consideração a liberdade de expressão do aluno. Os autores do texto, Lurdes de Fátima Polidoro e Robson Stigar (mestres em Ciências da Religião pela PUC – SP) nos fazem perceber que o desafio da escola é transformar o conhecimento científico em conteúdo didático, tomando cuidado para que ao simplificá-lo, não se perca o foco do conteúdo, para não se cometer