Transformacoes no mundo arabe
A Primavera Árabe trata-se de um período de transformações históricas nos rumos da política mundial. Entende-se por Primavera Árabe a onda de protestos, revoltas e revoluções populares contra governos do mundo árabe que eclodiu em 2011 no chamado "mundo árabe", compreendendo basicamente os países que compartilham a língua árabe e a religião islâmica, apesar de etnicamente diversos.
No Oriente Médio e no norte do continente africano a população foi às ruas para derrubar ditadores e reinvindicar melhores condições sociais de vida. O descontentamento em vários países era já latente, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia. Assim, já ocorriam mobilizações por parte de vários grupos, mostrando que este não era um fenômeno novo na região, e, contrário à visão que predominava na mídia ocidental não tinham qualquer influência fundamentalista religiosa, ou ideias anti-ocidente promovidas por grupos terroristas.
O episódio catalisador de toda a onda de protestos foi o tunisiano Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo em 17 de dezembro de 2010 em protesto. Logo, os protestos causaram a queda do ditador tunisiano Ben Ali. A repercussão foi internacional e, apesar da repressão sofrida pelos manifestantes, estes encontram forças na internet e as redes sociais e a luta popular continuou. Após o sucesso, iniciam-se protestos em países vizinhos, em especial o Egito, exigindo a saída do presidente Hosni Mubarak, outro dirigente há décadas no poder.
Após a revolução, os países que viram as ditaduras ruírem passaram a reformular a sua identidade e, nessa transiçāo, a religião foi acionada sem a menor cautela por grupos mais radicais da população. Ela veio à tona como um meio de integrar não apenas a sociedade, mas também a política. O crescimento de correntes conservadoras emergiu no norte da África produzindo um grande paradoxo entre a democracia e a imposição de princípios religiosos. Exemplo disso é a Irmandade