Trabalhando com dificuldades na aquisição da língua escrita
Beatriz de Paula Souza
Com frequência crianças e adolescentes com queixa de não estarem se alfabetizando tem se apresentado, geralmente essas crianças e adolescentes mostram-se descrentes ou inseguros de sua capacidade de aprender, e com isso é necessário o resgate de sua capacidade de pensar e de aprender.
É normal essas crianças já terem todas as informações necessárias para se alfabetizarem. O que precisam muitas vezes é de um lugar para elaborá-las. As intervenções nesse caso dirigem-se a ajuda-las apropriarem-se de seu pensamento e de suas hipóteses.
Os percursos com diferentes crianças são sempre carregados de singularidade, porém o mais comum é que no inicio dos mesmos é necessário buscar os objetivos acima expostos através de situações não escolares como jogos, materiais plásticos, entre outros.
Geralmente após um período de trabalho a partir dessas outras situações de aprendizagem, a escrita começa a aparecer espontaneamente.
A psicogênese da língua escrita são frutos das pesquisas de Emilia Ferreiro (1986), orientada por Jean Piaget. Assim como este mestre, tem como base teórica a concepção da inteligência como um instrumento de adaptação do ser humano ao seu meio, na direção da ampliação de suas chances de sobrevivência.
Para adaptar-se o ser vivo interage com seu meio na condição de sujeito ativo, construino-se de maneira a poder adequar-se com eficiência cada vez maior a suas exigências e modificando-o de acordo com as suas, na medida do possível e do necessário.
Não é possível aprender a ler e a escrever sem entender o que a língua escrita representa e como funciona essa representação, mas é possível faze-lo com uma coordenação motora fina ruim, como déficits de audição e de visão, com uma lateralidade mal desenvolvida e outras dificuldades nas funções psiconeurológicas.
No período iconográfico, nesse momento evolutivo os aprendizes trabalham com a hipótese de que os caracteres