Totem e tabu
MESTRADO PROFISSIONAL EM PSICANÁLISE, SAÚDE E SOCIEDADE
PSICANÁLISE E LINGUAGEM
PROF. DRA. SÔNIA BORGES
ROBERTO FRANCISCO DE ABREU
NOV/2011
ROBERTO FRANCISCO DE ABREU
PSICANÁLISE E LINGUAGEM
PROFESSORA DRA. SÔNIA BORGES
1 – INTRODUÇÃO
A cura pela fala é considerada o fundamento número um da teoria psicanalítica e foi ressaltada por Lacan, que mergulhou na obra de Freud e promoveu um encontro entre a Psicanálise e a Lingüística de Ferdinand de Saussure, ao mostrar que o inconsciente é estruturado como uma linguagem e que a Psicanálise opera pela fala do analisando.
As bases desde encontro, no entanto, estão na própria obra de Freud, que não conseguiu, entretanto, aprofundar essa estreita relação entre linguagem e psicanálise, por falta de material de estudos lingüísticos em sua época. Lacan teve acesso a esses avanços e pode realizar essa tarefa. Mas a linguagem permeia sem dúvida toda a obra de Freud, que desenvolveu um método inovador baseado na fala e escuta, por meio da associação livre.
2 – A descoberta de Freud - No princípio era o verbo
Desde os primeiros trabalhos, Freud relacionou indiretamente a Psicanálise à linguagem, atribuindo grande importância às palavras. Suas teorias foram buscar base nos estudos de casos de histeria, menosprezados pela medicina da época. O caso da paciente Anna Ó, inicialmente tratada por Breuer, tornou-se fundamental na descoberta da linguagem como ferramenta de cura. Naquele momento, Freud ainda usava o método da hipnose, induzindo artificialmente as pacientes histéricas a recordarem a cena traumática para reconstruir recordações, única forma de trazê-las para o consciente.
Sob hipnose, Anna Ó externava uma enorme carga de conteúdos imaginários, e se tranqüilizava, mas logo em seguida voltava a ficar