Sociologia
Indivíduo e Cultura: Perspectivas da Antropologia Contemporânea
Mayk Andreele do Nascimento (Aluno do Curso de Ciências Sociais da UFPB)
Simmel: o indivíduo e a modernidade Após longo período de letargia, a obra de George Simmel vem sendo tardia e lentamente revitalizada nas ciências sociais. Autor de uma vasta obra que influenciou clássicos como Max Weber, continua atualíssima em sua abordagem sobre o individuo e a modernidade. Atento leitor da obra de Marx apresenta uma perspectiva que inverte a determinação infra-superestrutural, dando ênfase a dimensão cultural como forca transformadora do social, - a cultura como arranjo dos homens -, merecendo assim caro. Escrevendo sobre a cultura do dinheiro, Simmel discorre sobre as transformações que a modernidade engendrou historicamente, com o capitalismo, quando o dinheiro, como equivalente universal, torna-se a mediação fundamental da sociedade. Em uma terminologia marxista um lugar cativo nos debates contemporâneos da antropologia, principalmente neste tema que lhe era
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podemos dizer que é o momento em que a mercadoria ganha asas e alça vôos cada vez maiores, e o valor de troca coloniza os mais diversos aspectos da vida social. Simmel, ao contrário de Marx, está atento para outro aspecto dessa transformação, a possibilidade aberta à subjetividade individual gerada pela cultura do dinheiro, que rompe bruscamente com os rígidos laços sociais que a mantinham aprisionada. Para Simmel, uma característica da modernidade é o processo de individualização e a afirmação autônoma do individuo, de sua tentativa de afirmação individual. A vida moderna portanto, oferece uma possibilidade quase ilimitada para o indivíduo alargando, assim, as suas possibilidades de liberdade, pois conforme este se liberta do círculo que o