Totem e tabu
Paciente-Instituição:
Considerações Teóricas Acerca da Intervenção
Anamaria
Silva Neves
Professora Assistente do
Departamento de Psicologia
Universidade Federal de
Uberlândia
O psicólogo, ao adentrar o mercado de trabalho, depara-se com o universo institucional e os elementos que o compõem: a equipe, o “paciente-instituição” e inúmeras variáveis que o levam a rever seu papel, o enquadre e as especificidades da intervenção. O texto resgata noções elementares acerca do conceito de instituição e as implicações da inserção do psicólogo neste contexto. Ouvir o que contam as pessoas, os grupos, os formulários, arquivos, certidões, funcionários e visitantes de um dado local.
O que significa adentrar um mundo onde paredes, cômodos, mobiliário, contas de água, luz, telefone e problemas técnicos são referência para a compreensão de uma dinâmica específica? A que escuta nos referimos?
A emergência de um novo paciente, editado e reeditado por personagens diversos, chama-se instituição. Criar um espaço para o exercício da sintetização, dinamização e concomitantemente para a análise crítica das inúmeras obras que dispõem sobre o conceito de instituição e suas implicações sociais, culturais, políticas e psicológicas é tarefa árdua. Talvez fosse rico mas incontestavelmente genérico demais abarcar as diversas conceituações que o termo instituição propõe.
Tornando-se premente a configuração de um recorte teórico que exponha e delimite as raias de articulação, contamos com a Psicanálise como guia das nossas leituras.
Cabe acrescentar, porém, que no avanço lento e no amadurecimento das reflexões sobre este trabalho, caminhamos na intersecção constante da Psicanálise com a Psicologia Institucional. Reconhecemos que fronteiras existem na coexistência destes ramos do conhecimento humano mas confiamos no trânsito permeável e dialético destas tendências, para contextualizarmos indivíduo-instituição na esfera do nosso estudo. Incessantes provocações teóricas levaram-nos