Texto e leitor ângela kleiman
Ângela kleiman
“Ler envolve mais do que aprender – a leitura é um prazer para os sentidos e abstração do mundo dos sentidos; é experiência única e individual evento social e coletivo,” segundo a autora (p 8). Leitor e autor interagem entre si à distância por intermédio do texto. Cada nova leitura ocasiona uma nova autoria, possibilita uma nova interpretação e compreensão do seu conteúdo, uma nova avaliação através das frases e sentenças, argumentos, provas formais e informais, dos objetivos, intenções que o autor materializou no texto. Para que um texto se processe, seja compreendido, então, é necessário que o leitor reflita sobre o seu componente textual, através das definições das relações existentes em seu interior e de suas propriedades internas. O texto é materializado através de elementos lingüísticos e gráficos. Com a leitura destes é realizada uma categorização de significação e de interação de forma objetiva e prática. Esses elementos devem ser agrupados para que seja composta a compreensão do texto como um todo. Dois aspectos devem ser levados em conta neste processo: a coesão e a estrutura do texto. Na coesão há um confronto de elementos que formam a ligação no texto. As partes são relacionadas propiciando um sentido global a ele através de um processo referencial inconsciente que é a estratégia cognitiva de leitura. Para que ocorra a coesão o principio de parcimônia, ou da economia, se faz presente através de repetições, substituições, pronominalizações, dêiticos. Podemos perceber no texto de Bransford e MacCarrell um exemplo de texto com traços coesivos que dão pistas para a construção do seu significado: “O procedimento é muito simples. Primeiro você separa as coisas em grupos diferentes. É claro que uma pilha pode ser suficiente, dependendo de quanto há por fazer. Se você precisa ir a outro lugar por falta de equipamento, então esse será o segundo passo. Se não precisar pode começar...” (p 48) Mas um texto pode