Texto com teor poético
A brisa, ao mais leve toque, quase tão imperceptível quanto a brecha em seus olhos, sussurra-me, baixíssimo, palavras confusas que se deixam perder antes que se façam entender, tentando dizer-me o que jamais permiti-me pronunciar.
A noite, imensa e tão medonha, se põe a despejar-me as gotas do dia que deixei passar, cortando-me quase que infinitamente, reabrindo feridas que com agulhas fechei.
A chuva tão milagrosamente bem-vinda, pisoteia-me levando dos bolsos os últimos momentos que passei ao seu lado, o toque gélido que deixaste ao neles embrenhar as mãos, confundindo as lágrimas que me caem, tornando-as indiferentes; estas lágrimas, chorei.
Ao léu, deixei-me inundar sem ser notada. A boca que tocaste com os lábios, molhando. Ah! Tire-me, por favor.
Eu desejaria, neste momento, vedar-me os olhos para não mais abri-los, para não ter de encontrar os meus ouvidos com tuas palavras de afronta. Não...
Se por ti eu gritava ruidosamente, partindo-me as cordas vocais que pouco tive, sem precisamente preocupar-me além do que com ser ouvida, hoje, carece de tons a voz sem vida.
Para onde seguir se todas as fitas que me direcionavam se partiram com a leve brisa que se fez?
Para