Indigenismos
“Na cabana silenciosa, medita o velho pajé. Iracema está apoiada num tronco rudo que serve de esteio. Nos grandes olhos negros, (...) estão naqueles olhares longos e trêmulos enfiando e desfiando os aljôfares das lágrimas, que rorejam as faces.A ará pousada no jirau fronteiro, alonga para sua formosa senhora os verdes tristes olhos. Desde que o guerreiro branco pisou a terra dos tabajaras, Iracema o esqueceu”.
Neste trecho do romance Iracema que caracterizam o Indigenismo, percebe-se facilmente o tom poético que é dado a prosa através da combinação de palavras (Iracema, Graúna, Tabajara etc), e expressões tupis com as palavras portuguesas e recursos rítmicos e sintáticos, visto que os empréstimos a língua indígena são de auto teor literário, pois além de caracterizar um determinado momento em que poetas e romancistas tinham a intenção de suscitar no leitor o sentimento de valorização da cultura nacional.
Portanto, através dessas obras percebe-se o valor estilístico, a expressividade das palavras, pois mesmo que o leitor não saiba o significado das mesmas, acabam entendendo o uso desses termos evocativos e sua relação com as palavras portuguesas, as quais possuem como função dar poeticidade ao texto, suscitando no leitor, o sentimento de valorização da diversidade cultural.
3.2 – Corpus 2: Indigenismo – Trechos do romance Iracema (José de Alencar)
Nestes trechos do romance Iracema (anexo II) que caracterizam o Indigenismo percebe-se facilmente o tom poético que é dado à prosa, através da combinação das palavras (Iracema, graúna, jati, ipu, tabajara, oiticica, ará, uru, crautá, juçara) e expressões tupis (onde canta a jandaia, mau espírito da floresta, quebras comigo a flecha da paz) com as palavras portuguesas e de recursos rítmicos e sintáticos, visto que os empréstimos à língua indígena são de