O filme Viva Zapata e o movimento zapatista

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Licenciatura em História
História da América II
Profª Ana Amélia
Cynthia Corvello – 2015.1

Trabalho sobre o Filme “Viva Zapata!” e os textos “O Zapatismo na Revolução Mexicana: uma leitura da Revolução Agrária do Sul” e “Intelectuais e Indigenismo: o dilema da identidade nacional num país profundamente indígena”.

Entendendo o filme como pretexto e não como mote principal dessa reflexão, é antes de tudo necessário certo cuidado ao utilizar esse tipo de fonte para pensar o período histórico em questão. Portanto, antes de aprofundar o debate sobre o Zapatismo, as questões agrárias e o indigenismo através do diálogo entre filme e textos, pretendo analisar o filme como um produto cultural, portanto produção de sujeitos sociais que atendiam a certas demandas do período e também como ferramenta que produziu e/ou reforçou certo senso comum sobre o “outro” nas relações norte-americanos e latino-americanos. “Viva Zapata”, foi uma produção estadunidense, dirigida pelo renomado Elia Kazan, conhecido não apenas por seu brilhantismo como diretor, mas também por delatar pessoas para os agentes do governo que perseguiam os comunistas ou qualquer pessoa que se posicionava de maneira crítica ao governo em questão. O filme foi produzido durante o período onde ocorreram grandes perseguições, período conhecido como “macartismo”, Teve como ator principal, interpretando Emiliano Zapata, o galã Marlon Brando que já havia arrebatado multidões com sua interpretação no filme “Uma rua chamada pecado”. A escolha do ator talvez indique um desejo de romantizar um personagem histórico e esvaziar a importância política que o mesmo teve no processo revolucionário mexicano. Não se pode ignorar o contexto histórico em que o filme foi produzido (Guerra Fria, macartismo), o movimento voltado para a formação de uma mentalidade que apoiasse a política do governo norte-americano, incentivasse o consumo e desaprovasse