Biografia de Anarco-Feministas
“Que cada sujeito sujo, maltrapilho e pobre se arme com um revólver ou uma faca, e estão à espreita nas escadarias dos palácios dos ricos, esfaqueie ou atire nos donos quando saírem. Vamos matá-los sem piedade, e que seja uma guerra de extermínio.”
LUCY PARSONS
Lucy Eldine Gonzalez Parsons, por quase 70 anos, lutou pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras – principalmente mulheres –, num momento histórico de aumento da opressão do sistema capitalista. Oradora de praças públicas e escritora que desafiou, no seio do capitalismo, uma promessa de mudança. Sempre defendeu que o capitalismo era a base material de todas as desigualdades, dedicando-se, pelo resto de sua vida, ao sindicalismo revolucionário. Como mulher negra e de origem mexicana enfrentou o desafio de lutar por questões como o racismo, xenofobia e o machismo. Era afrodescendente, criada por indígenas, nascida escrava em 1853 em Wacco,
Texas – um dos estados mais racistas dos EUA –, em meio à Guerra Civil. Em 1870 e
1871, Lucy conheceu e casou-se ilegalmente com Albert Parsons, já que leis proibiam o casamento interraciais. Foram forçados a fugir do Texas para Chicago por ameaças de morte. Lá tornaram-se figuras ativas em organizações libertárias, no movimento operário e, Lucy mais precisamente, em favor de presos políticos, de afrodescendentes, pessoas desabrigadas e mulheres.
Albert Parsons, em pouco tempo, foi condenado junto com mais sete anarquistas por supostamente jogarem a bomba na revolta de Haymarket, que deu origem ao 1º de maio, na luta em favor da jornada laboral diária de oito horas.
Lucy escrevia para o periódico O Socialista, Para os Vagabundos e O Alarme, jornal da Associação Internacional dos Trabalhadores. Em 1892, publicando Liberdade, quase acabou presa pelo teor de seus discursos em espaços públicos e por distribuir literatura anarquista. Era considerada pela direita, os patrões e a polícia, como “mais