Teoria e processos grupais
O que é o cone invertido de Pichòn-Rivière?
O cone invertido é um dispositivo interpretativo dos processos interacionais no grupo ao operar uma tarefa. A figura do cone sugere, em seu cerne, a tarefa. Os anéis, em forma de espiral, representam o processo dialético de resolução das dificuldades que emergem na vivência grupal. Levando-se em conta que a uma tarefa explícita subjaz outra implícita, como aprendizado da realidade. Deste modo, o cone é a metáfora do inconsciente no grupo operativo de Pichon-Rivière. Esta inovação trazida por Pichòn à análise de grupos desloca a transferência amorosa dos integrantes do grupo para a Tarefa. Neste encontro entre desejo e produção, amplia-se o conceito de tarefa, delineando a existência de um inconsciente produtivo, conforme contribuição de Deleuze e Guattari, para sua compreensão teórica. Daí, entende-se que a acumulação de informações (esquemas referenciais internos) dos integrantes do grupo, num processo dialético (ou movimento espiral) transforma quantidade em qualidade, promovendo um salto qualitativo na produção grupal. O grupo operativo pretende resolver as dificuldades no campo grupal e o indivíduo que enuncia um acontecimento o faz na condição de porta-voz de si mesmo e da fantasias inconscientes do grupo, isto é, dá-se nesse momento uma articulação entre sua fantasia inconsciente e o acontecer grupal. No porta-voz ocorre uma interação entre sua verticalidade e a horizontalidade do grupo, o que o faz funcionar como um emergente qualificado para denunciar qual é a ansiedade que predomina naquele momento e faz com que o grupo não realize a tarefa. A identificação do emergente é o gatilho para uma possível interpretação da experiência grupal através de uma escala de avaliação básica dos modelos de conduta dentro grupo. A operação no interior do grupo gera modelos de conduta chamados por Pichòn de vetores (orig. Mat.: grandezas que