Intervenção interdisciplinar e afetiva em saúde
Durante muito tempo, a ideia prevalente foi a de que a unidade, a integridade e a totalidade do saber eram as formas adequadas para explicar tanto a produção do conhecimento, como a visão de homem, entretanto, com o surgimento da modernidade, inaugurado por Descartes, começou a ocorrer um processo de desintegração crescente da unidade e totalidade do saber, modelos predominantes até então. A principal característica desse novo modelo era o uso disciplinado da razão como caminho ideal para uma compreensão verdadeira e definitiva da realidade, para tanto, as coisas a serem conhecidas passaram a sofrer uma decomposição e uma redução de sua totalidade a partes mais simples.
Desde a sua inauguração, no século XIX, essa visão cartesiana de mundo recebeu destaque, entretanto, com o avanço da ciência, que teve como principal incentivo este mesmo modelo, as limitações dessa proposta começaram a ser observadas, então, nesse contexto surge a ideia de uma proposta interdisciplinar, que como afirmam Vilela e Mendes (2003) “ao invés de se apresentar como alternativa para substituição de um jeito de produzir e transmitir conhecimento, se propõe a ampliar a nossa visão de mundo, de nós mesmos e da realidade, no propósito de superar a visão disciplinar.”
Na área da saúde, também havia uma prevalência nesse modelo fragmentador do ser-humano, conhecido como flexneriano, no entanto, este modelo começou a ser indagado a respeito de sua adequação, e então, com o intuito de superar estes questionamentos surge o paradigma da produção social da saúde, que conforme destacam Vilela e Mendes (2003, p.530) “trata-se de nova forma de resposta social organizada aos problemas de saúde, orientada pelo conceito positivo de saúde e pelo paradigma da produção social da sáude e que deve atuar sobre os nós críticos dos problemas, baseado em um saber interdisciplinar e um fazer intersetorial.”
Sabe-se que o surgimento da demanda por uma abordagem