Teoria sistêmica
A compreensão dos processos grupais na perspectiva da complexidade sistêmica sugere que creditemos a Kurt Lewin contribuições fundamentais na compreensão dos pequenos grupos como totalidades dinâmicas. Ele compreendeu o fenômeno grupal como um processo dinâmico e interdependente, que só pode ser entendido a partir das articulações entre os indivíduos (partes), o grupo (todo) e no contexto. Lewin apud Mailhiot (1977) foi fiel à sua concepção de pesquisa-ação e teve o mérito de formular as três hipóteses fundamentais do aprendizado da autenticidade interpessoal, sendo elas: 1) em um grupo, para que haja a integração entre todos e para que suas capacidades criatividade sejam duradouras, é necessário que as relações interpessoais estejam baseadas em comunicações abertas, confiantes e adequadas; 2) as trocas autênticas entre os participantes do grupo requerem capacidade de comunicação e a aprendizagem de abrir-se ao outro e respeitá-lo. O diálogo estabelecido nesta perspectiva não é um dom inato, mas uma atitude adquirida por aprendizado; 3) a descoberta das leis fundamentais da condição humana, bem como as condições de sua validade e autenticidade, é decorrente do consentimento para questionar hábitos e atitudes do outro, em relação à maneira como ele se comunica e como interage com as pessoas. No entanto, a autenticidade preconizada por Lewin não consiste em exprimir tudo o que se sabe, tudo o que se sente nas relações, mas sim em pensar verdadeiramente, em sentir realmente o que se acredita poder ou dever comunicar ao outro. Cemin e Seminotti (2006) destacam que Lewin se fundamenta em princípios gestaltistas, onde a pessoa, o grupo e seu ambiente são entendidos como partes. de todos dinâmicos, o que foi ilustrado no Inter jogo de figura/fundo. Contudo, a lógica gestáltica remete a uma visão holística, onde ao perceber todas as partes tendem a ser diluídas nesse