Teoria neoclássica e a revolução industrial britânica
Segundo artigo publicado na “Revista Brasileira de Inovação” volume 4, número 1, Janeiro | Junho 2005, pelo Professor do Instituto de Economia da UFRJ, Paulo Bastos Tigre, a teoria neoclássica tradicional tem como molde o equilíbrio geral e parcial de mercado. Sua lógica nunca chegou a ser abandonada no ensino da microeconomia, mas sua aplicação prática nunca logrou muito êxito, tendo em vista que o foco de interesse permanece vinculado à teoria dos preços e alocação de recursos.
Tigre relata que a firma se depara com um tamanho “ótimo” de equilíbrio, onde as tecnologias estão disponíveis no mercado e é assumida a racionalidade perfeita dos agentes diante dos objetivos de maximização de lucros. Sua única função é transformar insumos em produto, selecionando a técnica mais apropriada e adquirindo os insumos necessários no mercado, incluindo trabalho e tecnologia.
Segundo Leon Walras, baseado nos princípios de equilíbrio geral, os mercados determinam preços e quantidades produzidas, o empreendedor é considerado apenas coordenador da produção e a firma apenas um ponto em sua visão sistêmica da economia dado às leis fundamentais que regem a oferta e a demanda.
Com o intuito de aperfeiçoar o modelo estático walrasiano, Alfred Marshall (1890) considerava a teoria de equilíbrio parcial. Enxergando a economia como uma “máquina para a descoberta da verdade concreta” e não como um corpo de dogmas imutáveis e universais, e suas “leis”. Marshall não assumiu todos os pressupostos do que hoje se denomina concorrência perfeita, como também não identificou os limites do crescimento das firmas nas deseconomias de escala, ele procurou submeter a economia ortodoxa a um rigoroso tratamento científico que até hoje constitui a base da microeconomia tradicional.
Apesar destas constatações, a teoria neoclássica tradicional, acabou dominada pela visão walrasiana que trata a firma como agente individual. Atribui à firma um