resumo 1998
INOVAÇÃO E TEORIAS DA FIRMA EM TRÊS PARADIGMAS
(Tigre, P.B., 1998)
RESUMO
O processo de mudanças tecnológicas e institucionais tem importantes repercussões na estrutura da indústria, à medida que cria e destrói empresas e mercados. Este artigo analisa a evolução das teorias da firma à luz das mudanças tecnológicas ocorridas em três paradigmas:
(i) a revolução industrial britânica, base de observação para a elaboração da teoria neoclássica;
(ii) o paradigma fordista, que deu origem à economia industrial; e (iii) o paradigma das tecnologias da informação, cuja construção teórica está em pleno desenvolvimento, baseado principalmente nas correntes evolucionistas e neo-institucionalistas. A análise da evolução das teorias da firma e sua relação com paradigmas organizacionais distintos mostram que não existe um corpo teórico único e coerente, pois as teorias estão condicionadas por diferentes filiações metodológico-teóricas, enfocam aspectos distintos (produção – visão interna – ou transação – visão externa) e baseiam-se em contextos institucionais, históricos e setoriais diversos. 1. INTRODUÇÃO
A hipótese levantada neste estudo é que existe um hiato temporal entre a realidade econômica vivida pelas empresas e as teorias que procuram decifrá-las. O desencontro entre teoria e prática deve-se às dificuldades históricas de captar, com as limitações teóricas e factuais disponíveis, a complexidade e diversidade deste ator protagonista do capitalismo (a firma). As críticas às teorias da firma se voltam a identificar paradoxos e buscar novas conceituações, auxiliadas pela incorporação de aportes científicos interdisciplinares à economia e por dados estatísticos que mostram mais claramente o padrão de crescimento da firma e da estrutura da indústria.
As diferentes teorias e princípios parecem pairar sobre um contexto empírico indefinido, sugerindo uma atemporalidade e universalidade que, mais cedo ou mais tarde, se revela irrealista. Existe um certo consenso sobre os impactos