Paradigmas tecnologicos - Paulo Tigre
Econômicas da Firma
Paulo Bastos Tigre
Professor Titular do Instituto de Economia da UFRJ
Fevereiro de 20051
RESUMO
O processo de mudanças tecnológicas e institucionais tem importantes repercussões na estrutura da indústria, à medida que cria e destrói empresas e mercados. Tal processo impõe a necessidade de reformular constantemente os ramos da ciência econômica que estudam o funcionamento da atividade produtiva. Este artigo analisa a evolução das teorias da firma à luz das mudanças tecnológicas ocorridas em três paradigmas: (i)a revolução industrial britânica, que dominou a economia mundial durante todo o século XIX e foi a base de observação para a elaboração da teoria neoclássica; (ii) o paradigma fordista, que efetivamente deu origem à economia industrial; e (iii) o paradigma das tecnologias da informação, cuja construção teórica está baseado, principalmente nas correntes evolucionistas e neo-institucionalistas. A análise da evolução das teorias da firma e sua relação com paradigmas organizacionais distintos mostram que não existe um corpo teórico único e coerente, pois as teorias estão condicionadas por diferentes filiações metodológico-teóricas, enfocam aspectos distintos (produção ou transação) e baseiam-se em contextos institucionais, históricos e setoriais diversos.
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Uma versão preliminar deste artigo foi publicado na Revista de Economia Contemporânea da UFRJ em 1998.
ABSTRACT
The structure of the world industry is constantly affected by technological innovations and by an institutional dynamics which destroy and create firms and markets. Historically, the increasing speed of these changes has demanded a continuous reformulation of the economic theories dealing with the firm. This article examines such theories under the analytical framework of technological change in three paradigms: (i) the British industrial revolution which dominated the world economy during the XIX