Teoria da burocracia
Os desafios e oportunidades para o Brasil implicam considerar a heterogeneidade do país, e nesse aspecto é equivocada a trajetória das políticas públicas, por conta da visão centralizadora. De baixo para cima, consegue-se trabalhar a heterogeneidade. Mas como as políticas generalizadoras vêm de cima para baixo, a tendência é operar como se o Brasil fosse um país uniformemente semelhante, o que não é. Mas sabemos que, mesmo na heterogeneidade, é possível encontrar pontos de semelhança; generalizar o que é comum e operar sobre o que é diferente. Trata-se de um desafio porque não temos essa tradição nas políticas públicas governamentais. Outro desafio é romper com a idéia de que público é sinônimo de governamental, apesar da tradição brasileira.
O correto para o Brasil parece ser o modelo descentralizado coordenado. A questão é quem fará essa coordenação. Como é que vamos organizar esses focos de coordenação nas políticas públicas governamentais? Qual é o papel das ONGs nesse ambiente descentralizado? Se nem tudo que é público é governamental e se há descentralização, resta um espaço enorme para as
ONGs. E como é que as ONGs podem evitar a fragmentação? Qual é o papel das associações de ONGs, no Brasil de hoje, em relação às políticas públicas? Para examinarmos essas indagações, devemos discutir o modelo descentralizado coordenado, que é o que parece servir ao Brasil. O papel regulador do Estado pode e deve ser ampliado. Com um Estado regulador pode-se discutir.
Outra questão é o avanço obtido em termos da democratização. Em muitos casos, tivemos de construir espaços. Em outros, o governo é que abriu espaço. Hoje existem os Conselhos institucionais, importantes espaços de participação, mas cuja composição é que define a relação de poder. Outro aspecto importante é a atribuição