Tendência Progressista
QUE FOI O MCP?
"'Educar para a liberdade'. Com este objetivo foi fundado em Recife, durante a presidência de João Goulart e a gestão municipal de Miguel Arraes, o Movimento de Cultura Popular (MCP), uma sociedade civil, mantida pela Prefeitura de Recife e pelo Governo de Pernambuco. Além de um apoio oficial maciço, o MCP contou com o aval de grande parte dos intelectuais pernambucanos; entre seus fundadores figuram: Germano Coelho, Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho, Abelardo da Hora, Aloízio Falcão, Paulo Freire,Francisco Brennand e Luís Mendonça.
O MCP desenvolveu suas atividades a partir de um programa pedagógico cujo objetivo era "proporcionar a elevação do nível cultural do povo". Deste primeiro núcleo de atividades, ligado à Secretaria de Educação do Município e respaldado por um orçamento bastante amplo, o movimento desenvolveu atividades no campo da arte popular através do Departamento de Formação de Cultura; construiu seis praças de cultura, centros culturais e de ensino técnico, o grupo de Teatro de Cultura Popular, inspirou a criação de núcleos com objetivos semelhantes até o sul do país, etc. Devido a seu escasso tempo de existência, os resultados práticos da atuação do MCP não podem ser corretamente avaliados.
Em fins de 1963, foram feitos estudos para encaminhar a ampliação do movimento para além do âmbito municipal, mas o MCP foi dissolvido imediatamente depois do golpe de 1964, sob pesada repressão.
As atividades do MCP, aliadas à atmosfera política da época, inspiraram o CPC no sul do país, mas os programas que animaram um e outro provinham de diferentes concepções sobre cultura popular e politização das classes trabalhadoras. O MCP definia-se como órgão técnico, rigorosamente apolítico. Sua concepção de educação, no entanto, incluía, consoante com a aplicação do método Paulo Freire, a "capacidade aquisitiva de ideias sociais e políticas".
Segundo seus