Taylorismo Globalizado
Autoria: Marco Antonio Fernandes Cardoso, Jean Pierre Marras, Benny Kramer Costa
Resumo
Os avanços tecnológicos e o constante incremento da produtividade assinam a busca capitalista pela competitividade e lucratividade como marca das relações empresariais dos últimos tempos acirrados pelos efeitos da globalização. Este artigo pretende demonstrar um elo de continuidade do Taylorismo, com base nos princípios da administração científica de seu autor que foi largamente aplicada nas empresas no início do século passado e que por meio dos avanços tecnológicos, rearranjos sócio-econômicos, novos paradigmas da relação capital-trabalho, se faz presente ainda hoje nas relações inter organizacionais, como verdadeiras fábricas globais, conectadas de forma polarizada e hierárquica pelo domínio econômico e tecnológico. Nesta temática é apresentada uma análise da opção de desenvolvimento tecnológico do setor de telecomunicações do Brasil com base nas empresas multinacionais aqui implantadas e que vem sofrendo um forte processo de desindustralização com a inerente redução do nível de emprego e das atividades locais de alto valor agregado determinando uma acentuada polarização hierárquica taylorista por meio do domínio tecnológico e econômico das respectivas matrizes, a maioria com origem nos países desenvolvidos. Palavras-Chave: Taylorismo, células organizacionais, fábrica global.
1. Introdução
O século XXI se descortina sob o cenário da pós-modernidade, vislumbrando inovações tecnológicas e processos de transferência sócio-econômica-cultural, acompanhado por um ritmo sem precedente de mudanças, com a compressão do espaço-tempo, as transações instantâneas, o exponencial aumento da produtividade, a abertura de fronteiras, as redes sociais rompendo de forma abrupta com a modernidade da Revolução Industrial por meio de uma nova ordem relacional decorrentes dos efeitos da globalização.