CAPÍTULO I-FORDISMO, TOYOTISMO E ACUMULAÇÃO FLEXIVEL (pg.21) A década de 80 presenciou, nos países de capitalismo avançado, profundas transformações no mundo do trabalho, nas suas formas de inserção na estrutura produtiva, nas formas de representação sindical e política. Foram tão intensas as modificações que se pode afirmar que a classe que vive do trabalho sofreu a mais aguda crise deste século, que atingiu não só a sua materialidade, ms teve profundas repercussões na sua subjetividade e, no ritmo inter – relacionamento destes níveis, afetou a sua forma de ser. Em uma década de grande salto tecnológico, a automação, a robótica e a microeletrônica invadiram o universo fabril, inserindo –se e desenvolvendo-se nas relações de trabalho e de produção de capital. Novos processos de trabalho emergem, onde o cronômetro e a produção em serie e de massa são “substituídos” pela flexibilização da produção, pela “especialização flexível”, por novos padrões de busca de produtividade, por novas formas de adequação da produção à lógica do mercado. O taylorismo penetra, mescla-se ou mesmo substitui o padrão fordista, dominante em varias partes do capitalismo globalizado. Vivem-se formas transitórias de produção, cujos desdobramentos são também agudos, no que diz respeito aos direitos do trabalho. Direitos e conquistas históricas dos trabalhadores são substituídos e eliminados do mundo da produção. Diminui-se ou mescla-se, dependendo da intensidade o despotismo taylorista, pela participação dentro da ordem e do universo da empresa, pelo envolvimento manipulatório, próprio da sociabilidade moldada contemporaneamente pelo sistema produtor de mercadorias. Atribui-se a Sabel e Piore um pioneirismo na apresentação da tese da “especialização flexível”, esta seria a expressão de uma processualidade que, tendo especialmente a “Terceira Itália” como experiência concreta, teria possibilitado o advento de uma nova forma produtiva que articula, de um lado, um significativo