Síntese "Prisão e a Ágora"
Ele faz uma relação Estado-Sociedade, questionando a democracia representativa + capitalismo e os limites da idéia de participação popular dentro deste mesmo binômio, ambos para ele representantes de um modelo civilizatório cada vez mais individualista, assimétrico, hierárquico e que aliena os cidadãos do seu exercício de poder.
Ele coloca que, em uma sociedade sob a tutela de um aparelho estatal, a participação, mesmo que conquistada, não deixará de ser uma participação consentida e subordinada. Há o permanente risco de cooptação estrutural por parte das instituições heterônomas. Também há o risco de uma coletividade acomodar-se com algumas conquistas pequenas, este contexto fica evidente quando diz: Acomodar-se com as conquistas já alcançadas é, a longo prazo, fatal. Parar significa começar a cair, acomodar-se significa começar a empalidecer, a murchar, a degenerar: a burocratizar-se, a ossificar-se.” (Souza, 2006,456).
Para viabilizar a participação popular no planejamento e gestão das cidades, Marcelo considera a possibilidade de uma sociedade se auto-gerir, construindo uma fonte de pensamentos e ações, sempre inacabado, sempre por instituir-se.
A participação popular aparece como elemento de destaque, uma vez que permite romper com a situação de tutela em relação ao Estado e outras instituições, e permite ainda estimular a prática política, a formar os cidadãos e o aprofundamento de uma consciência de direitos.
Souza afirma que o espaço mostra-se como dimensão da sociedade muito relevante nesse processo, pois o espaço social não é apenas um produto das relações sociais, mas também é um condicionante dessas relações sendo