subjetividade e imaterialidades no trabalho
Alex Moreira2
Resumo
O estudo aqui apresentado parte de uma nova perspectiva. Buscar-se-á mostrar um pouco das subjetividades nas relações humanas no trabalho, mais precisamente como a apropriação e reconhecimento de novos saberes no ambiente profissional, pode gerar modificações nas práticas sociais no trabalho e constituir-se em objeto de apropriação capitalista. Se por um lado se estimula e incentiva o desenvolvimento de pessoas mais criativas e autônomas geradoras de conhecimento e informação, através do incentivo a educação continuada dentro e fora do ambiente de trabalho; por outro são desenvolvidos e aplicados novos modelos gerenciais que visam apropriar-se destes mesmos conhecimentos e informações em um processo de laboralização das relações de trabalho como os preconizados pela chamada Gestão do Conhecimento. A articulação teórica foi forjada a partir de conceitos fundados em Phillipe Zarifian, Pierre Bourdieu, Anthony Giddens, André Gorz e contrapontos em Braga e Lessa. Esse texto, constitui-se em um recorte da tese do autor sobre o assunto. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas feitas com trabalhadores responsáveis por diversas funções e em vários setores da organização além de exaustiva imersão em campo. Foi diagnosticado que os processos de aprendizagem em situações de trabalho a partir dos processos de interação entre as pessoas podem ser importante fator catalisador da reflexibilidade nas organizações, em conseqüência, da mudança nas mesmas e em alguma instância, geradora de resignificação simbólica das estruturas de controle.
Palavras-chave:
Trabalho, trabalho imaterial, subjetividade, habitus, reflexibilidade.
1 - Introdução
Em nosso cotidiano, o aprender tem sido entendido de muitas formas. Segundo Aulete,
Ausubel, Novak e Hanesian, Ferreira e Salvador (apud