O trabalho imaterial
Uma nova categoria social-filosófica entrou em cena, denominada “trabalho imaterial’’, e a partir desta Sergio Lessa a analisará de uma forma mais profunda e completa e formulará uma crítica devidamente embasada. Vista como novidade por intelectuais e acadêmicos, a tese do “trabalho imaterial” defendida por Antonio Negri, Michael Hardt e Maurizio Lazzarato, foi recebida sem grandes contestações. No entanto, assim como aconteceu com teorias que foram apresentadas no passado, como o marxismo analítico, o trabalho imaterial, de acordo com Sergio Lessa, também terá pouca durabilidade por se tratar de uma ideia que está sujeita a várias críticas. Essa teoria tem como base a concepção de que o poder teria passado por uma profunda transformação nas últimas décadas: anteriormente se encontrava localizado, atualmente difuso por todo o corpo social. Diante dessa ideia, é proposto o surgimento de um comunismo no qual as classes sociais permaneceram e o controle da produção continua nas mãos dos burgueses. A difusão do poder seria concomitante à difusão da produção por toda a sociedade. Não haveria mais distinção entre fábrica e sociedade, na qual a produção/consumo/distribuição seriam a mesma coisa. Segundo os autores da teoria, o capital de expandiu de tal forma que hoje é possível existir a identidade absoluta entre o capital e a sociedade, entre produção e vida, o que foi chamado de “sociedade-fábrica”. Sergio, todavia, alega que tal identidade não tem condições de existir, tendo em vista que conforme a própria antologia, o homem torna-se alienado e até desumano a medida que rege o capital e que as forças produtivas se desenvolvem. Só seria possível se chegar a esse estado com a presença da subjetividade, o que levaria ao comunismo. Ou seja, o ponto de saída é também o ponto de chegada, fato que descredencia a hipótese do trabalho imaterial. O autor