A Imateriologia e o Conhecimento Democrático

A Imateriologia e o Conhecimento Democrático

Resumo: Este trabalho tem como objetivo introduzir novos conceitos referentes à forma com que o conhecimento é produzido e estudado atualmente, fazendo uma conexão com a teoria do conhecimento e a interdisciplinaridade.

Abstract: This paper aims to introduce new concepts concerning the way in which knowledge is produced and studied today, making a connection with the knowledge theory and interdisciplinary.

Palavras-chaves: teoria do conhecimento, interdisciplinaridade, ciberdemocracia, imateriologia, conhecimento democrático

Marcel Ferrante Silva
Disciplina de Teoria do Conhecimento
Escola de Ciência da Informação
Universidade Federal de Minas Gerais [e-mail] Introdução

Aristóteles, grande filósofo grego discípulo de Platão, mais de três séculos antes de cristo, elaborou uma teoria sobre a realidade, apresentando conceitos que definem o nosso universo. Os conceitos principais desta teoria são: matéria, forma, substância, potência e ato. Veremos o significado de cada um desses conceitos, construindo um ponto de partida para delinearmos o nosso pensamento.
O primeiro postulado é que a matéria existe por ela mesma sem se diferenciar entre si. A matéria sem o seu reconhecimento por parte do homem, é um mero possível, não existe por si, é um absolutamente indeterminado (MADJAROF, 2008).
O homem é capaz de identificar a matéria, e neste processo ele atribui à mesma, o que é denominado de forma. Na verdade, o homem não identifica a matéria totalmente, ou seja, não quer dizer que a identificação seja realmente verdadeira, mas intencionalmente ela é.
Ao identificar a matéria, o homem cria um ente distinto da matéria que é a forma, que coexiste com matéria. No ato de conhecimento é realizada a síntese (o sínolo), que é a junção da matéria e a forma, que constituem a substância ou objeto. A forma é um produto inevitável que existe tanto para o próprio ser do ato quanto para o ser alheio.