sociedade punitiva
O texto nos mostra um homem inquieto, pessimista e magoado, Kafka deixou em suas obras sua visão da sociedade, e seu pensamento incrédulo quanto ao homem, deixando perceptível sua negação a seu pai. Seus contos são considerados realistas, pois seus personagens sofrem de conflitos existenciais, não sabem que rumo podem tomar, não almejam objetivos em sua vida, questionam seriamente a existência e acabam sós. Franz Kafka mostra de forma atemporal, as inquietações e duvidas dos homens frente a um complexo sistema social. Os desencontros entre individualidade e sistema são narrados como perversos diante da ideia de que em todas as ações humanas existe a presença marcante da autoridade que gera medo e insegurança, em um circulo vicioso de relações de poder que são alternados, mas nunca desaparecem.
Kafka sugere que o homem é parte constitutiva de uma engrenagem da qual ele desconhece seu significado. Em sua logica, não há nada mais perigoso que a normalidade da vida em sociedade, de modo que nela, os acontecimentos mais assombrosos são tratados sem estranhamento, ou seja, o horror é considerado natural. Além disso, os gestos mais indiferentes fazem lembrar que estamos permanentemente sob vigilância e punição. Em todas as relações, os homens buscam pertencerem ao mundo da vida e seu não cumprimento define a culpa e o crime, da qual a morte pode ser a única saída. Tudo remete a morte, não a morte de heróis, mártires, mas as mortes cotidianas, banais. A morte também nunca é o final da história, está continuará apesar daqueles que morrem, a despeito da causa que mata.
Por derradeiro percebe-se a vertente niilista de Kafka , uma vez que não propõe uma resposta para as situações sociais que desenha . Em tempo podemos analisar e a figura paterna como sendo sempre o inicio de uma rede de personagens, quase sempre masculinos, que parecem incorporar o poder e ser sua expressão.