Sobre o papel da família e a relação de trabalho
A partir do período de industrialização, as transformações que ocorrem na organização do trabalho com o desenvolvimento da burguesia e da industrialização, são acompanhadas ao nível da família. Novos hábitos são criados à medida de que o trabalho se da mais longe do lar, o individuo passa a ser mais exigente consigo mesmo e, por conseguinte com a educação de seus filhos.
A figura paterna impõe-se pelas suas capacidades de adquirir, conservar e aumentar a propriedade da família, fazendo uma nova imagem da criança, que a passa ser vista como uma forma de representação dessa família dentro a sociedade. Sendo objeto de atenção e um cuidado especial em forma de investimento que se espera ser rentável, neste caso, é flagrante também a perda de liberdade dessa criança.
Na aprendizagem social, a família desempenha também a função de intermediário entre o individuo e a coletividade. Onde é possível reunir algumas observações sobre determinadas características de socialização desses indivíduos (entende-se o processo de socialização pelo qual o individuo aprende a ajustar-se ao grupo, através da aquisição de um comportamento social que o grupo aprova – definição de A Dictionary os the Social Sciences).
Criando assim um comportamento dependente da criança em relação ao adulto, embora em grande parte ocasionado por força biológica em que aquela se encontra perante os pais, é uma resultante da interação com o meio circundante, podendo dizer-se que “toda história do homem é a história da socialização da sua natureza” ( Muldworf).
A intensidade com que essa expectativa de comportamento de dependência se manifesta, varia de forma como se da nesse processo. A socialização comporta um aspecto repressivo, fonte de frustração infantil, “podendo o comportamento depende aparecer como resposta a uma aprendizagem demasiado repressiva em que uma grande descontinuidade conduz, por vezes, a resultados opostos aos que o condicionamento